A polêmica é inerente ao exercício da política, faz parte da democracia, estando presente desde os primórdios da civilização ocidental, na Grécia clássica. Mas mesmo naquela época haviam indivíduos que por usarem mal o direito à expressão,eram julgados por seu povo, se realmente o elemento fosse culpado, tinha o nome escrito em uma concha e era expulso da cidade, do convívio com os outros gregos.Era o ostracismo.
Infelizmente, durante alguns períodos de nossa história, a democracia foi colocada de lado, sob vários pretextos, e o que valia era a palavra dos que mandavam. Mandavam, desmandavam e ponto final. Era uma época em que os meios de comunicação eram escassos, poucos jornais, revistas, emissoras de rádio e poucas emissoras de TV, que não passavam de meros repetidores da voz autoritária daqueles que detinham o poder.
Nossa sociedade, hoje, acredita, tal como os antigos gregos, que a prevalência do jogo democrático da livre expressão, do livre pensar , da liberdade de agir e de se expressar se constituem em valores inalienáveis. A diferença é que agora, na época dos meios de comunicação imediata, como a internet, você pode ser julgado de forma igualmente imediata. Hoje, me deparo com textos falando que os 13 vereadores de Sete Lagoas, dando “banana” para o povo, aumentam seus salários “na surdina”, como uma gang que se move para atacar o povo que nos elegeu. Ninguém, nenhuma pessoa, nenhum veículo de comunicação local me procurou para que pudesse me pronunciar sobre a questão salarial. Fui contra, sou e serei contrário a este aumento. Fui jogado em meio a este turbilhão sem nem estar presente a tal votação.
Porém, como também tenho acesso à internet, fica aqui registrada minha opinião. Penso como os gregos antigos, que na democracia, temos o direito a nos defender do que nos acusam. Será que estou errado?
Vejam, não estou levantando a polêmica sobre este aumento, ao qual já me posicionei contra, mas sim de terem me negado o mais simples direito a divulgar minha posição.
Isto vindo da imprensa séria de nossa cidade. Fiquei meio chocado com o uso de expressões como: “Mais uma manobra do legislativo setelagoano para aprovar matérias polemicas causou revolta ao eleitorado setelagoano”; “artimanhas”; “à toque de caixa”, e por ai vai. Um tipo de linguajar que já estamos acostumados na internet, onde certos elementos expressam seu caráter demagógico atacando a todos os eleitos pelo povo pelos mais escusos motivos, ai sim, a expressão “na surdina”, tem sentido, afinal se mensurarmos seu alcance, estes infelizes não chegam a incomodar. Seu alcance é tão limitado quanto seu conteúdo politiqueiro e irrelevante. No caso da imprensa, é de se estranhar, no dos cyber-ressentidos, seria o caso de ressuscitarmos a prática de escrever seus nomes em ostras...
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